Ela tem o cabelo cheiroso e as mãos sempre macias, unhas muito bem feitas. Malha e tenta manter uma dieta que não tem muito sucesso por causa da terrível ansiedade que a faz comer mais que o necessário. Ela sorri com facilidade e é sempre simpática mesmo que hoje desconfie muito mais das pessoas do que a tempos atrás. Ela é independente mesmo que não saiba viver sem o aconchego de seu lar e o abraço de sua mãe. Ela trabalha desde cedo mais ainda não conseguiu descobrir a que veio. Mais quem pode dizer isso com certeza? Ela também sentiu um abraço apertado no ultimo domingo que a fez pensar porque esta sozinha há tanto tempo... Ela ouviu alguém dizer como ela é bonita e cheirosa e ficou imaginando como pode viver sem ouvir isso todas as manhãs... Ela sorriu e a única resposta diante dessas indagações foi um curto e duvidoso – Não sei – Porque ela não sabe mesmo. Simplesmente não consegue se apaixonar ou o medo esta bem maior do que a vontade ou porque quem ela acha que seria bom pra ela não está tão disposto nesse momento. Mais aquele abraço a fez pensar realmente. Ela é doce, mesmo que camuflada numa falsa fortaleza que criou pra não ser atingida por nenhum tipo de dor. Ela é tão forte agora que tem um ar meio irônico diante das adversidades da vida, e tem um sorriso de quem observa e analisa tudo com tamanha frieza que até assusta às vezes. Mais ela não deixou de ser doce, reforço. Ela apenas não se deixa levar por um sorriso ou algumas palavras gentis. Ela é artificiosa mais não artificial. Ela é profunda em palavras, gestos e sentimentos. Ela apenas esqueceu como retribuir carinho e atenção pessoalmente, esqueceu que um carinho no rosto pede reciprocidade e que um abraço apertado pede apenas outro abraço apertado. Ela continua a mesma menina lá no fundo, escondida embaixo de camadas e camadas de concreto. Mas ela sabe como chegar a menina e só Ela sabe.
Day Butterfly
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